Entrevista com Hardwell

Quando Robbert van de Corput, nome real de Hardwell, assinou com uma gravadora e saiu de Breda para girar por grandes clubs em toda a Holanda, não podia imaginar o que viria pela frente. Foi em 2009, com o bootleg de “Show Me Love vs Be“, que o mundo começou a percebê-lo. Hardwell tem o manual de instruções sobre como transferir a energia do público para cada música, cada produção, cada set. E a admiração que tem por eles é estampada em seu rosto em cada performance.

2011 foi marcado pelos grandes lançamentos de sua carreira: “Encoded“, sensação do YouTube, “Zero 76“, parceria com Tiësto que chegou ao topo do Beatport e do iTunes nos EUA, “Cobra“, que foi número 1 nas paradas dance da Holanda. Mas também pelos remixes que ganharam o mundo, como “Where Have You Been“, de Rihanna e “Chasing The Sun“, da boyband The Wanted, que alcançaram o topo da parada dance da Billboard. A versão de Hardwell e Tiësto para “Young Blood“, da banda de indie rock The Naked And Famous tornou-se o hino do circuito de verão. E ao lado de Showtek produziu a faixa “How We Do“, que foi sua estreia na MTV dos EUA. No entando, a maior de suas produções veio em 2012. “Spaceman” recebeu mais versões, bootlegs e remixes do que qualquer outro de seus lançamentos.

ON AIR POSIÇÃO #1

Em março de 2011, Hardwell lançou seu próprio programa de rádio e podcast, Hardwell On Air, que é transmitido em mais de 26 estações de rádio internacionais. O podcast entra para a lista de suas produções impecáveis: com ele, Hardwell conquistou a primeira posição na categoria do iTunes nos EUA e Canadá. Hardwell On Air também é TOP 5 em 15 países. “Eu produzo o podcast sozinho no meu estúdio, gosto porque faz com que eu tenha sempre músicas novas e exclusivas, me faz estar sempre pesquisando. A parte demo da semana é uma das minhas favoritas, pois percebo quantos talentos surgem no mundo inteiro”, ele conta.

“DREAMS COME TRUE”

Foi assim que Hardwell descreveu o que estava sentindo ao comparar duas fotos suas no Ultra Music Festival, uma em 2009 e outra em 2013. Duas fotos e uma simples legenda que conseguem descrever a trajetória do DJ e produtor até ser headliner nos principais festivais do mundo.

Em 2012, Hardwell passou a ocupar a 6ª posição no ranking da DJ Mag e se apresentou no Tomorrowland. A apresentação, disponibilizada no YouTube, teve mais de 10 milhões de views.

“Nunca achei que tudo fosse crescer tão rápido, porque para mim, continuo fazendo a mesma música de cinco anos atrás”, ele conta. Depois vieram o Electric Daisy Carnival, Ultra Music Festival, Electric Zoo, Creamfields, Mysteryland; e a emoção de Hardwell ao subir no main stage continua a mesma. Ele carrega o mesmo contentamento, que é visível em seu rosto nos vídeos de 2012 e do Dream Valley Festival, aqui no Brasil.

O que move Hardwell não é outra coisa além do público – por isso que vê-lo tocar uma, duas ou três vezes não é cansativo, pois a emoção que transmite aos fãs é a de quem está subindo ao palco pela primeira vez. “Fico feliz de ver tanta gente gostando das minhas músicas. A coisa que eu mais gosto de fazer agora é viajar o mundo tocando. É incrível poder dividir minha paixão pela música com meus fãs.”

Um som revelado

Esse foi o propósito de Hardwell ao criar a Revealed Recordings em 2010. O jovem queria revelar um som novo de mente aberta. Além das produções de Hardwell solo ou com colaborações, o label também lança faixas que se encaixam ao som versátil da marca, que é progressive house, tech-house, techno e influências do electro.

A Revealed Recordings tem construído um perfil distinto na cena dance de hoje, com um som único, um som Revealed. A gravadora está com lançamentos marcados até final de setembro já, e tem em média um release a cada duas semanas e meia. No Miami Music Week foram 12 músicas novas e no Ultra Music Festival, Hardwell tocou muitas pela primeira vez. As músicas de W&W, artista do selo, estiveram entre as mais tocadas nos sets dos DJs no Ultra. Hardwell está produzindo uma nova música com Dyro, que será o próximo lançamento, mas também está trabalhando com W&W e Tiësto.

O DJ e produtor holandês produz várias vertentes diferentes sem perder o potencial e a força do seu estilo. As músicas têm um tom épico, são para cima. Sua inspiração? O público e os fãs: “Toco as músicas para o meu público antes de fazer o lançamento, a energia que coloco nas tracks vem da reação deles.”

Pontos Opostos

Por viajar tanto ao redor do mundo, às vezes fazer coisas simples se tornam mais complexas do que se imagina. Por exemplo, definir o lançamento de uma música. “Tiësto é como se fosse um irmão para mim, temos trabalhado bastante em estúdio. Algumas músicas estão finalizadas, mas temos que decidir quando e quais vamos lançar. Fica difícil tomarmos decisões, pois cada um está de um lado do mundo. Só precisamos achar um tempo para finalizar as músicas.”

Interação com os fãs

Quando chegou aos 500 mil likes em sua página oficial no Facebook, o holandês usou o episódio 97 do seu podcast para presentear o mundo com o “Yearmix 2012”. Resumo abrangente dos hits do ano, o mix inclui uma variedade de faixas que armazena toda a energia transmitida em seus sets ao vivo, incluindo produções de Dannic, Dyro, Firebeatz, Dazz Jordy e outros que tornam o podcast uma comemoração perfeita. “Nunca esperei todo esse reconhecimento do Yearmix. Eu já tinha minha página há muito tempo, e do nada explodiu. Isso é muito especial para mim, já estou perto do 1 milhão de fãs, it’s crazy!”

Em 2013, Hardwell será headliner dos festivais:

Tomorrowland

Coachella

Ultra Music Festival

Electric Zoo

Future Music Festival

*Esse artigo foi publicado originalmente na edição no.35 da revista House Mag em Maio/Junho de 2013.