Entrevista com Bruno Furlan

Dono de performances enérgicas no palco, sempre atencioso e receptivo com todos os fãs, Bruno Furlan teve um início de carreira tímido, mas nos últimos anos mostrou que não veio para brincadeira. Sua música, que caem como uma luva nos lançamentos da Dirtybird, label do eleito melhor DJ dos Estados Unidos Claude Von Stroke, possuem uma identidade própria dentro da cena da música eletrônica no Brasil atualmente. O DirtyBoy acaba de lançar sua track “Swamp” pelo selo musical do Assim Que Rola e nós aproveitamos para bater um papo com ele pós-Kaballah.

Divirtam-se!

Oi Bruno, como você está?

@BrunoFurlan: “Estou ótimo, acabei de ter um final de semana mega incrível.”

Estamos muito animados em lançar a sua música, a Swamp. Primeiramente, obrigado pela confiança. O que te fez querer lançar com uma label tipicamente brasileira? Pode nos falar também da sua label Whistle e como é ter o seu próprio selo musical?

@BrunoFurlan: “Estou muito ansioso pra ver a repercussão da Swamp! É uma track de mais ou menos 1 ano atrás ou até mais, desde então é uma das mais pedidas. Não poderia deixar de lançar ela onde ela começou, aqui no Brasil. É um prazer fazer parte do núcleo Assim Que Rola. Obrigado por aceitar!”

[Sobre] “…A Whistle é uma label voltada aos novos talentos. Diversos DJs de lá, estão começando a ter espaço ao menos em sua região de origem. Ter a minha própria label é gratificante demais, o principal é poder ver novos produtores crescendo e ganhando espaço. Esse é o intuito!”

O processo de produzir uma track tem várias etapas, desde a ideia em si até a finalização. Quais são as melhores e piores partes pra você quando está produzindo?

@BrunoFurlan: A melhor parte sempre é o resultado final, quando está pronta e você diz ‘UAU, ficou incrível!’… ou não (risos), acontece também. A pior parte é conseguir recriar a ideia que está na sua cabeça… É quase sempre impossível.”

Você recentemente esteve em tour pelos Estados Unidos, participou do Dirtybird Campout, esteve presente no Miami Music Week e tocou em alguns clubes. Como tem sido a recepção de artistas brasileiros de música eletrônica lá fora?

@BrunoFurlan: “A recepção em cada estado na turnê não poderia ter sido melhor. Fui tratado como nunca imaginei ou esperei, as pessoas realmente são fãs do meu trabalho lá fora e isso só me deu mais motivação de continuar e fazer cada vez mais.”

Falando em tour internacional, entre tantas oportunidades que a gente acredita que sua carreira te proporcionou, essa é sem dúvida uma das mais excitantes. Como foi se virar em outro país e qual eram suas expectativas e talvez alguma frustração que teve?

@BrunoFurlan: “É difícil mensurar o quão magico foi. Nunca sonhei ou imaginei que uma turnê aconteceria, tudo foi surreal, um sonho acordado. É uma das sensações mais incríveis do mundo atravessar para outro continente, com pessoas diferentes, cultura e costumes diferentes dos nossos e todos estarem te esperando, dispensa qualquer comentário.”

Como você se sente ao voltar para o Brasil depois de uma tour internacional? Quais são as principais diferenças entre o público internacional e o brasileiro?

@BrunoFurlan: “Me sinto em casa novamente. O público internacional é tao receptivo quanto no Brasil, o respeito, admiração pelo artista é bem diferente, eles fazem questão de ir te dizer oi e cumprimentar você, com ou sem foto, te vendo tocar ou não, só querem falar com o seu ídolo. Em questão de energia na pista é bem parecido com a farra do Brasil.”

Você é um artista que se destaca por ser bastante enérgico durante suas apresentações. Você sobe no palco e emana simpatia e alegria, a interação é contínua. Como é para você se apresentar para tantas pessoas, poder subir no palco e fazer o que gosta?

@BrunoFurlan: “É como dizer ‘eu te amo’, e a pista responder ‘eu aceito’… Eu vos declaro pista e DJ (risos)”.

Como você chegou até a Dirtybird inicialmente? Acredita que tem algum requisito básico para lançar numa gravadora como a Dirtybird? Você mesmo já levou outros artistas a lançarem lá, certo? Conta pra gente.

@BrunoFurlan: “Eu lancei pela primeira vez na Dirtybird em janeiro de 2015, foi inacreditável, jamais esperava ou sonhava, foi uma simples track que eles amaram. O quesito básico para lançar na Dirtybird, é ser a Dirtybird, eles não tem rótulos. Sobre os outros artistas que ajudei, não diria que ajudei, apenas mostrei que algo poderia ser bom para eles e quem ajudou esses artistas foram eles mesmos em prol de sua carreira com o seu empenho.”

Este ano você surpreendeu a todos com a sua colaboração com o então eleito melhor DJ dos EUA, Claude VonStroke. Qual você acredita ter sido o fator decisivo na sua trajetória para chegar a lançar uma track com o chefão da Dirtybird? Você algum dia imaginou, quando te chamavam de dirtyboy, que chegaria até aqui?

@BrunoFurlan: “A minha ficha não caiu até agora sobre essa collab. As coisas acontecem naturalmente como tem que acontecer. Dê o seu melhor, que as melhores coisas virão até você.”

Você é um produtor bastante autodidata e que buscou aprender a produzir sozinho com as ferramentas que tinha disponível. Como era lá no início que a sua família via a ideia de você produzir música eletrônica, como eles veem hoje e quais desafios você teve que enfrentar nesse início de carreira?

@BrunoFurlan: “Meus pais sempre me apoiaram nessa ideia, mas ninguém nunca imaginou que daria no que deu. Os desafios são eternos, sempre vão aumentando ao decorrer do tempo, assim como as conquistas e o amadurecimento profissional e pessoal. Ás vezes passamos por fases difíceis, eu mesmo já pensei em desistir diversas vezes, já até fiquei em depressão por um tempo, tive problemas pessoais bem grandes, mas hoje estou bem, focado 100% na carreira e me empenhando para resultados cada vez melhores.”

Para finalizar, sabemos que ainda vamos ouvir muito de você internacionalmente. Quais os seus planos e metas para daqui pra frente?

@BrunoFurlan: “Muitas turnês estão a caminho. Junho estou de volta a Australia e farei minha estreia na Nova Zelândia. Minha volta aos Estados Unidos já tem data marcada também. Os planos são segredo não é mesmo?! Mas a meta acredito que não seja segredo para ninguém… Continuarei trabalhando duro para fazer história na música, ser um DJ consolidado ao decorrer dos anos. Será difícil como todos os próximos desafios, mas não impossível. Quem conseguiu, tentou… Acredite em você e tenha fé!”

“Ah, mais uma coisa, espero que curtam a Swamp” ❤

Recado está dado, ouça a SWAMP na sua plataforma favorita clicando aqui.