Em tempos de crise, a realidade virtual está reinventando a indústria do entretenimento

Existe um universo cheio de possibilidades quando se trata de entretenimento online, engana-se quem pensa que as lives dos artistas em seus canais são a única novidade que está chamando a atenção das pessoas nos tempos atuais. O fato é que jamais voltaremos ao que era antes, a humanidade está passando por uma transformação profunda e com ela, a tecnologia está evoluindo sem precedentes e a maneira como lidamos com ela já não será mais a mesma.

Começando pela vida noturna como conhecemos, que pode muito em breve se tornar obsoleta, assim como todo o resto. Afinal, se você parar para pensar os clubes já não iam muito bem das pernas antes. Agora imagine você que o único clube aberto durante a quarentena é o MATRYOSHKA, um clube virtual para amantes da música underground localizado em Manila num servidor privado de Minecraft (um jogo adquirido pela Microsoft em 2014). Achou muito #BlackMirror? Então senta aí que vem mais!

Os clubes virtuais

Como mencionamos no início deste post, o Resident Advisor fez uma matéria detalhada sobre o que seria o clube MATRYOSHKA e como ele surgiu. Lançado 6 meses antes da início da pandemia (CHOQUEM!), os fundadores do clube se diziam cansados dos clubes em Manila fazendo sempre a mesma coisa, trazendo sempre os mesmos DJs e gêneros musicais, abrir um clube não é uma tarefa fácil e barata, então veio a ideia de criar um clube online, onde as pessoas encontrariam os mesmos atrativos de uma rave comum, mas também seriam livres para se expressar e ser quem são sem aquele peso e falas prontas do tipo “eu só escuto música assim ou assado”, mas assim como o Berghain em Berlin, não é tão simples você entrar. Você precisa passar pelo “segurança”, um “funcionário do Google”, um app que através de um formulário analisa se a pessoa está apta a entrar no clube, o objetivo não é testar o nível intelectual das pessoas, mas ver o quanto eles se empenham para estarem ali e fazerem parte daquilo. Legal, né?

Os shows virtuais

Mesma coisa acontece no cenário de “Live Concert” ou shows ao vivo, com tudo pausado por conta da pandemia, artistas como John Legend, Tinashe e Galantis se unem a empresas de tecnologia como a Wave para oferecerem experiências totalmente inéditas, interativas e que exploram a tecnologia de VR, a famosa era da Realidade Virtual está mais perto do que a gente imagina. Quem estreou a série durante a quarentena foi a dupla eletrônica Galantis, que já havia trabalhado com a empresa no seu show virtual Church of Galantis. A violinista pop eletrônica Lindsey Stirling e o JAUZ, que já se apresentaram em shows virtuais da Wave, ao lado de Tinashe e John Legend, também apresentarão novos shows, informou a empresa. O produto da nova série será destinado a organizações sem fins lucrativos que precisam de apoio em meio à atual crise de saúde.

Assista o recap do show do Galantis:

“Eestamos vivendo a cultura do avatar digital. Por meio de nossa tecnologia e dos principais recursos de jogos, a Wave pode ir além dos shows tradicionais de transmissão ao vivo e criar avatares de artistas, ambientes virtuais e experiências interativas que realmente envolvem o público no nexo de jogos e entretenimento ”, afirmou o CEO da Wave, Adam Arrigo. “Os shows que fizemos com Tinashe, Lindsey Stirling e Galantis são bons exemplos de como aproveitamos essas tecnologias com sucesso, e estamos animados em dar as boas-vindas a John Legend e outros que estão se juntando à plataforma para elevar os seus modos de criar, distribuir e monetizar performances para seus fãs “.

A Wave é parte plataforma de realidade virtual, parte video game e parte serviço de streaming. A empresa se une a artistas para desenvolver shows semanas antes que a transmissão ao vivo real ocorra. Eles colocam os artistas em seu software como avatares digitais, o que proporciona aos participantes uma experiência mais imersiva e interativa do que as opções passivas de transmissão ao vivo, como Instagram Live, YouTube e Twitch. Os fãs podem interagir com os artistas e entre si durante o stream. A Wave transmite seus programas através dos principais serviços de streaming como o Facebook e o YouTube, mas também através de seu próprio aplicativo no Steam e Oculus, para quem deseja experimentar o famoso show de realidade virtual. Arrigo ainda acrescentou à Rolling Stone que a Wave viu um aumento de interesse no início da pandemia, depois que festivais e artistas começaram a remarcar as datas dos shows. A matéria completa em inglês pode  ser lida aqui.

Eu não sei vocês, mas eu já fui pesquisar os tais óculos de tecnologia VR, mas o modelo mais barato que mantém certos padrões de qualidades (a quem diga o contrário!) é o da Sony e é anexo ao PS4, a brincadeira custa quase R$ 4 mil reais no Brasil. Pois é!

Live Stream

E você aí achando que os live streams no Instagram dos seus artistas favoritos eram o máximo, né? A grande aposta das ferramentas demorou um tempo para virar moda entre os usuários, parece que a pandemia deu uma ajudinha para esse tipo de tecnologia alavancar de vez. Não sei vocês, mas eu já estou um pouco irritada com a quantidade de Live Stream que tem sido feita, é tanto conteúdo sendo postado e muitos sem planejamento que acaba cansando o usuário, precisa dar uma organizada nisso aí. Claro que ninguém teve tempo para se estruturar, mas o excesso de informação volta e meia atrapalha. Teria a internet virado o meio de comunicação do público de massa, substituindo de vez a televisão? Afinal, se antes o crossover era entre a televisão e a internet, agora a ficha virou e estamos presenciando a internet tendo prioridade e a televisão replicando conteúdos originais para internet.

Bom, por enquanto a gente tá só aqui esperando pra ver qual será a próxima tecnologia #BlackMirror que vai aparecer durante essa quarentena! Enquanto isso, quais foram as lives que vocês mais gostaram até agora e por quê? Deixe nos comentários a sua resposta!