DUBSTEP, TRAP, DRUM N’ BASS ou MOOMBAHTON?

Olá amigos, Paulo Cani na área, estou de volta! Desta vez com um desafio bem bacana imposto pela Mari, a ideia é desmistificar quatro gêneros da música eletrônica que sempre confundem as pessoas. Sabe quando você escuta aquilo e alguém diz: “isso é dubstep!”. Calma aê, galera! Por mais parecido que seja, mesmo representando quase que a mesma cena, existem alguns fatores que diferenciam as músicas. Conforme o título já entregou, logo abaixo vamos conhecer em detalhes a diferença entre dubstep, trap, drum n’ bass e moombahton.

DUBSTEP

Na cena eletrônica desde os anos 2000, vamos começar pelo mais famoso de todos. Diferente do que muita gente imagina o dubstep não foi criado pelo Skrillex, porém podemos afirmar que ele foi um dos difusores do gênero, ao lado de caras como Bassnectar, Flux Pavilion e outros. Um dos pioneiros a trabalhar com este ritmo foi o Skream, natural de Londres que, inclusive, já lançou tracks pela OWSLA.

Navegando pelo universo da produção musical podemos concluir que o dubstep é marcado por 140 batidas por minuto, as famosas “BPM”, sendo quebrado por 2 (ou seja, 70 BPM), por isso o estilo é lento e marcado pelo peso do subgrave (frequências baixas) além dos wobble bass e basslines bem rasgados. Em outras palavras… pesaaaaaaado!!!

MOOMBAHTON

Esse é divertido de resenhar, bem dançante por sinal, praticamente impossível de ficar parado. O moombahton é a fusão dos ritmos latinos percussivos com o reggaeton. Foi criado pelo produtor Dave Nada em 2009 a partir da track “Moombah” do Afrojack com Silvio Ecomo. Na época, ele diminuiu a BPM dela de 128 para 108 batidas por minuto, criando então a base do gênero. Geralmente essa variação fica entre 108 e 115 BPM.

Na cena moombah, os principais artistas que podemos afirmar que disseminaram o gênero foram Diplo, Munchi, Dillon Francis, entre outros, diversos que fazem geral balançar o corpinho. O meu predileto é este último, Dillon é bastante conhecido pelo seu estilo único intitulado de moombahcore que nada mais é do que uma versão do moombahton influenciada pelo dubstep e complex.

TRAP

E para quem acredita que o trap foi criado há pouco tempo, na verdade ele foi originado nos anos 2000, sendo uma variação do hiphop com letras mais agressivas. É usado o kick com bass, também conhecido por 808 kick drum e os hi-hats (pratos da bateria) bem acelerados e em ritmos alternados, acompanhados de sintetizadores e low-pitch nos vocais, deixando a voz mais “grave”.

Em 2012 os DJs começaram a mesclar elementos do trap na música eletrônica, apostando na EDM como um ponto forte para disseminar o ritmo, remixando as tracks mais populares do momento para disseminar o novo formato do gênero. Um exemplo clássico foi a “Spaceman” do Hardwell que teve a sua versão trap pelo DJ Carnage, aumentando o BPM da música de 128 para 140 batidas e criando o ritmo quebrado por 2.

Na sequência tivemos outros responsáveis por disseminar o gênero, incluindo Diplo, Baauer (do famoso Harlem Shake), Flosstradamus, RL Grime, Ookay, Yellow Claw e mais recentemente tivemos uma grande ascensão do DJ Snake e Tropillaz. Este último nome, representam o Brasil no mundo inteiro, a dupla já é consagrada na cena e está entre os melhores, uma espécie de “Felguk do Trap”.

É importante lembrar ainda que o trap tem uma variação apelidada de “twerk”, isso mesmo, aquele que nos faz rebolar! Nessa versão temos um esquema mais LOW BPM, porém mais swingado, variando de 95 a 105 batidas por minuto.

DRUM N’ BASS

Esse é ligeiro, rapaz segura firme aí que agora vai com tudo! Se achavas que 140 batidas por minuto era um lance rápido, imagina então 170? Seu início veio no fim dos anos 80 e já popularizado mundialmente nos anos 90, mais precisamente na Inglaterra, no começo sendo uma variação do já existente jungle.

Conforme o tempo foi passando o gênero foi largando aquela coisa seca e rasgada que era antes, só bateria e baixo, literalmente. Hoje já é possível notar muito forte elementos de outros ritmos como o jazz, hiphop, pop e assim por diante. Aqui no Brasil temos um “rei” do gênero, quem não conhece DJ Marky? Já com seus quase 40 anos de idade ele foi um dos primeiros (acho que o primeiro) a disseminar o gênero aqui em solo nacional. Aproveito para fechar o artigo com um set dele, 1 hora de drum n’ bass by DJ Marky, direto do famosíssimo Boiler Room 🙂

Galera, antes de agradecer e fechar de vez o desafio, eu queria aproveitar o espaço para agradecer ao meu grande amigo Jonny (vulgo João Marcon) que me deu um suporte legal para transcrever tudo isso aqui pra vocês. Na cena que vivemos, posso até afirmar que este texto foi uma collab!

Bom, enfim, muito obrigado pela companhia de vocês, espero de verdade que tenham gostado e como sempre, deixo o espaço aqui para a contribuição de todos, fiquem a vontade para comentar!

*Publicado originalmente por Paulo Cani em 12/08/2014