10 dicas para te ajudar a produzir no Ableton Live

Começar em um DAW pode ser desafiador, a primeira vez que abrimos o software ficamos um pouco perdidos, agora imagina se essa sensação fizesse parte da sua rotina? Nada legal! É como quando você decide praticar um instrumento todo dia, vamos usar o teclado como exemplo, já pensou se toda vez que você tiver que  praticar, você ter que tirar o teclado de cima do armário, desembrulhar e montar tudo? Qual a chance de você desistir de praticar desse jeito, comparando se você tiver seu teclado ali pronto, só sentar e tocar?

Pois é, no seu DAW é mais ou menos assim! Existem vários “gatilhos” que nos impedem de transformar nossa prática em hábito, bora dar um jeito nisso?

#1 Projetos Predefinidos

Uma forma muito eficiente de trabalhar no Live 10, é deixando os projetos iniciais prontos para trabalhar imediatamente (tipo o teclado!). Abrir um projeto em branco toda vez pode ser um pouco cansativo, tente criar seus canais favoritos, com todos os instrumentos, efeitos, racks, etc, e guarde isso como template para posteriores composições.

Começar com certos elementos importantes ja carregados desde o início no seu projeto, vai fazer com que você se concentre mais na música do que no software.

Para salvar o template:

Live > Preferências > Arquivo Pasta // File Folder > Salvar configuração atual como padrão // Save Current Set as Default

#2 Dispositivos Predefinidos (Racks)

Quanto mais você trabalha com Live, mas descobre o seu próprio “flow “. O que você usa mais, quais efeitos te agradam, quais racks para aplicar a instrumentos, baterias, etc.

Salve sempre na livraria do usuário todos os racks, tracks, etc, e economize tempo precioso para ocupar em tarefas mais importantes.

#3 Nomear Canais nas Preferências de Áudio

Organizado e sempre melhor, se você tem ocupadas as entradas da sua interface de audio, é recomendável que etiquete os nomes dessas entradas no menu de preferências. Na aba de áudio, você pode dar nome a todas as entradas e saídas, configurando com isso um entorno mais simples de identificar. Quando for usar as entradas e saídas do canal, você reconhecerá a entrada, pelo nome que você deu a essa entrada.

#4 Browser Collection

Sempre teremos nossas ferramentas favoritas para trabalhar, aquele EQ que você não vive sem, o synth que te ajuda a fazer os timbres mais rápido, o seu compressor favorito, etc.

Use a área de favoritos na biblioteca do Live 10. Organize por categorias, tipos de uso, etc, através das cores disponíveis no menu.

#5 Localizar Plugins VST

Já instalou aquele VST que comprou, está pronto para usar, mais não acha na livraria? Esse é um assunto bem comum, basta ir nas preferências do Live e na aba de plugins, ativar o uso do formato que você instalou (VST/AU).

#6 Packs do Ableton

Às vezes perdemos muito tempo frustrados por não achar um timbre que se parece com o que queremos expressar em uma track. Ter bons timbres é fundamental para criar boa música. Não deixe de dar uma olhada nos packs da Ableton, esse deveria ser o primeiro lugar onde procurar novo material e inspiração.

Além de packs de samples e loops, existem também dispositivos de Max for Live, com inúmeras opções onde escolher.

#7 Extraindo Groove

Já pensou em poder extrair aquele groove do baixo que você gostou? Já quis ter esse feeling da bateria do house que você gosta de ouvir e produzir?
O Live é um software que incorpora uma função tremenda nesse sentido. Você pode extrair o groove de qualquer mostra, e posteriormente aplicá lo a qualquer parte de seu track através da função de converter audio para MIDI (Convert Audio to MIDI).

#8 Extraindo Harmonia e Melodia

Uma das funções do Live mais interessantes que conhecemos, consiste em poder extrair notas, seja em movimento melódico ou harmônico, dos clips de áudio que usamos. Essa função é extremamente versátil e criativa. Experimente extrair notas dos clips de áudio, depois de tentar uma vez, acredito que você nunca vai deixar de usar isso depois da primeira vez.

#9 Processamento Multibanda

Às vezes trabalhamos com partes da track que tem um amplo espectro de frequências presentes, como baterias completas, instrumentos ou grupos de instrumentos, etc. Se você quer ter controle sobre cada área das frequências separado, e aplicar dinâmica de forma diferenciada, a opção melhor seria usar Multiband Dynamics.

Tratar as frequências separadamente, vai permitir você ter um controle dinâmico mais fluído e eficiente.

#10 Efeitos em Paralelo

Um dos usos mais extendidos em tratamento de áudio, consiste em aplicar efeitos a um sinal de forma paralela. Com essa técnica, conseguimos aplicar o efeito desejado, somando essa porção com o áudio original, sem perder assim o sinal seco, sendo isso crucial em certos momentos.

No Live temos canais de return para esse processo, mas não deixe de usar os racks, chains e processamento paralelo dentro dos próprios canais. O uso de racks para processamento paralelo vai deixar o projeto mais limpo e organizado, ja que você usa todo o processamento em cada canal, sem ter que criar canais de return extras.

Esse post foi feito em colaboração com o professor da DJ Ban, Francisco Velazquez, que é Ableton Certified e que eu também tive a sorte de ter tido aula.