TOP 100 DJs 2018: O que mudou?

Não há muito o que se negar quanto a expectativa por mudanças quando há uma grande dinastia em andamento. A eleição da revista britânica DJ Mag veio para um ano sem uma evidente força favorita, mas com alguns pretendes óbvios. A tríade Hardwell (que anunciou uma pausa na carreira), Dimitri Vegas and Like Mike e o atual número um, Martin Garrix, despontavam com a natural sobre valência pelo passado recente de liderança no ranking.

Seria a hora de uma força insurgente para se fazer ver? Não foi, mas temos um Top 100 com boas coisas para se parar e pensar sobre. Do retorno do trio Swedish House Mafia como um dos re-entry mais altos da lista, mesmo antes da retomada efetiva do projeto (Inclusive, já foi anunciado o primeiro show!). Dos resultados não tão significativos de Zedd, The ChainsmokersCalvin Harris que emplacaram hits nas rádios pelo mundo e não estiveram entre os 30+, o que faz a gente pensar o fato de conquistar a ascensão mundial no pop, acaba diminuindo a relevância do DJ dentro da própria cena eletrônica. Faz sentido que enquanto eles estão preocupados com os grandes prêmios da música mundial, votações como a DJ Mag acabam sendo deixadas um pouco de lado, sendo que para o público geral a relevância do ranking não é a mesma.

Resultados que abrem margem para uma visão que pode mostrar uma maior popularidade para os DJs que tem tido mais tempo em palco do que os que têm aplicado maiores esforços em produções globais. De maneira clara, os melhores e mais rebuscadas shows tem superado caras também brilhantes, mas que não são tão vistos em palcos.

Uma lógica que naturalmente não se aplica aos bastiões da música eletrônica como Armin Van Buuren, David Guetta e Tiesto que se mantém no top 10 com minúscula variação de posicionamento. São caras que com tantos anos e tanta bagagem, não precisam de apelos extras para entrarem no top 5 de todo votante, em todo ano. Aquela memória afetiva mesclada com os trabalhos recentes deles. Respeito!

Nem só de bastiões e do trio de ferro atual vive esse texto. Teve gente que subiu MUITO de um ano pra outro, evolução notável de digna de registro, como esse site é patriota, nossos rapazes merecem muitos elogios. O duo Cat Dealers agora faz parte dos Top 50. Na posição 48, os brazucas subiram 26 spots de 2017 pra 2018. Enorme resultado.

E teve dobradinha nacional nos vinte mais populares. Vintage Culture em plena e clara ascensão mundial alavancou 12 posições e é o décimo nono mais bem votado. Deixando headliners do mundo inteiro pra trás. Resultado natural diante da força que a label Só Track Boa tomou pelo país e pela sonoridade que se espalhou mundo afora.

Alok é o brasileiro com o resultado mais expressivo. Subindo 6 posições, o DJ agora atinge a décima terceira vaga da lista. São dois nomes que dominaram o território nacional e que agora escancaram os olhos alheios para a potência que se tornou a música brasileira produzida o mais tropical dos países.

Por aqui, muito foi questionado sobre a presença da ANNA no ranking, o que falta para ela figurar entre os melhores do mundo? Ela é meio que a figura representativa da seleção feminina de futebol do Brasil, a melhor do mundo, mas pouco reconhecida (pela grande maioria) no próprio país, mas até que ponto o ranking influenciaria algo na sua tão bem sucedida carreira? De qualquer forma, vale parabenizá-la pelo prêmio de Breakthrough Artist of 2018 pelo Beatport, mais que merecido.

Há muito assunto em 100 nomes com grandes trabalhos. O Assim que Rola parabeniza todos eles pelo ano que tem feito e pelo que produzem de bom para nossos ouvidos curtirem. Ao tri campeão, a gente se vê em novembro. A turnê de estádios de Martin Garrix com Vintage Culture tá logo ali. Ter dois Top 20 num palco só não é todo dia que acontece por aqui!