Take Your Pills: Qual será a droga do futuro?

A busca pelo bem-estar ou sensação de satisfação, mesmo que momentânea, tem sido por um bom tempo o principal fator do consumo de drogas dos mais variados tipo, sejam elas recreacionais ou fármacos. Nos dias de hoje, novos motivos estão levando pessoas a buscar alternativas como essas. Em meio ao caos de informações disparadas em nossa direção 24 horas por dia, num fluxo interminável e literalmente na velocidade da luz, a população está cada vez mais doente, sofrendo de um mal universal. Os transtornos de ansiedade e depressão são os mais populares, mas existe uma infinidade de doenças relacionadas a saúde mental que estão tomando conta dos seres humanos. A questão vai muito além do uso de drogas e do vício, como curar um vício causado por um comportamento que não conseguimos mudar? Como podemos nos adaptar sem precisar apelar para esse tipo de “alternativa”? O consumo de drogas é totalmente prejudicial?

 

Você provavelmente sabe dos efeitos do MD ou já ouviu falar. A mentafetamina, também conhecida como Michael Douglas, é uma droga bastante popular na cultura clubber, independente do estilo musical. O “cristal” atua diretamente no sistema nervoso, liberando o hormônio cerebral do stress norepinefrina (noradrenalina) e as substâncias do ‘bem-estar’ dopamina e serotonina.  Cuidado para não confundir com o MDMA, substância presente no ecstazy ou na “bala“, como preferir. Infelizmente, os efeitos colaterais não são lá muito agradáveis, sejam eles os imediatos, como náuseas, palpitações e até surtos psicóticos, aqueles não tão imediatos (a famosa “bad” nos dias subsequentes) ou a longo prazo causando danos cerebrais, incluindo perda de memória e incapacidade para entender pensamentos abstratos, além das mudanças de humor extremas.

Será possível que não existe outra alternativa a mentafetamina que não seja tão prejudicial? É aí que começamos a falar sobre o Adderall, uma anfetamina que vem ganhando cada vez mais adeptos e sua relação com a mentafetamina.

Adderall é um medicamento vendido sob prescrição médica nos EUA (ainda não é possível encontrar no Brasil), que tem se tornado popular para uso recreacional ou até mesmo para ganhar certa vantagem entre os usuários em provas de resistência e até mesmo conhecimento. Quem lembra da Ritalina? Outro fármaco utilizado para o tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e da narcolepsia, que também acabou caindo no gosto popular. Ambos são anfetaminas e estimulam o sistema nervoso central, a diferença está no grupo de CH3 (metil) extra na fórmula da mentafetamina.

O que o Adderall faz exatamente?

Pessoas com TDAH tendem a ter baixos níveis de dopamina, um dos neurotransmissores mais famosos do nosso sistema nervoso, ela é conhecida como o neurotransmissor do prazer. Sua função principal é ativar os circuitos de recompensa do cérebro. A dopamina age tanto ativando quanto inibindo a atividade cerebral em função do lugar em que é liberada. Logo, quando tudo está funcionando perfeitamente bem no nosso sistema nervoso, as distrações do dia a dia, como as notificações dos inúmeros aplicativos instalados no seu smartphone, deixam de ser tão efetivas e você consegue se manter focado no que precisa ser feito, tendo maior aproveitamento nas suas atividades cotidianas ou que exigem maior concentração.

 

O assunto tem sido tão comentado, que já virou assunto até para a gigante de streaming Netflix. O documentário Take Your Pills traz a discussão à tona com diferentes pontos de vistas e opinião de usuários regulares sob supervisão de médicos psiquiatras ou neurologistas até pessoas que compram o fármaco no mercado negro. Um dos efeitos colaterais do Adderall é descrito como “ser incrível em tudo“. Isso porque além de aumentar a capacidade de foco, memória, a substância aumenta a resistência e diminui a fome. O que tem levado muitos atletas e pessoas interessadas em perder peso procurarem (este último em menos quantidade).

Hoje, mais do que nunca, buscamos melhorar não só o nosso bem-estar, mas nossa performance, afinal se o mundo está cada vez mais competitivo, cada vez mais são oferecidas inúmeras distrações que nos atrapalham nesse caminho.

A busca alternativa por fármacos que possam trazer apenas os efeitos positivos de drogas comuns no mercado, porém ilícitas, está cada vez mais em alta, muitos afirmam que esse é o futuro. Os Nootrópicos vem ganhando cada vez mais força neste sentido, tradicionalmente dominado por empreendedores de tecnologia e universitários, drogas como Modafinil e Piracetam estão entre as favoritas, OptiMind é uma dessas citado no documentário, só para se ter uma ideia, essa indústria já está girando em torno do US$ 1 bilhão só nos EUA.

Dizem que o estômago é o nosso segundo cérebro, quando cuidamos da nossa alimentação, além de cuidar do nosso corpo, estamos cuidando da nossa mente. Analisando a fórmula do OptiMind, podemos encontrar Vitamina B1, B12, D3, alguns aminoácidos e outras substâncias. Mesmo os Nootrópicos são realmente necessários? Não seria muito mais fácil cuidarmos da nossa alimentação e nos certificarmos que estamos absorvendo todas as vitaminas e minerais necessários para o bom funcionamento do corpo e da mente? Nada se resolve com drogas, sejam elas fármacos ou recreacionais, no fundo tudo parte do mesmo princípio químico e artificial.

P.S. Vale a pena assistir o documentário completo na Netflix.