Spotify está decidido a dominar o mercado dos podcasts

A Apple costumava ser a única empresa que importava no mundo dos podcasts, mas isso está mudando rapidamente. Embora o Spotify tenha se juntado à festa um pouco tarde – ele não era compatível com podcasts até 2015 -, suas recentes movimentações tem deixado bem claro as intenções da plataforma para com esse formato de conteúdo.

Por que o Spotify deseja entrar no universo dos podcasts? Porque os podcasts têm mostrado uma onda crescente em popularidade, além de contribuir como força principal da empresa na distribuição de conteúdo de áudio. Francamente, se o Spotify não participasse ativamente do universo dos podcasts, arriscaria perder parte do mercado de conteúdo de áudio para outras plataformas.

Agora, ao invés de criar seu próprio estúdio de conteúdo ou simplesmente hospedar conteúdo de terceiros, o Spotify decidiu acelerar o processo comprando empresas de podcast, foram destinados US$ 500 milhões para serem usados ​​em aquisições de podcast em 2019. Até agora, já foi usado US$ 400 milhões desse orçamento para adquirir Gimlet e Anchor em fevereiro e a Parcast em abril.

Gimlet e Parcast são estúdios de conteúdo de podcast que possuem várias séries populares. Gimlet, em particular, é conhecido pelo melhor conteúdo da categoria e ganhou vários prêmios da indústria. O Spotify está obtendo estúdios de alta qualidade que servirão como mecanismos criativos para divulgar conteúdo original e exclusivo. Isso é um pouco análogo a quando a Disney sai e compra um estúdio como a Marvel. O Gimlet e o Parcast podem criar conteúdo, mas o Spotify poderá distribuí-lo para um público maior e melhorar a monetização do conteúdo.

Ao contrário do Gimlet e Parcast, o Anchor é uma plataforma de podcasting que fornece ferramentas para ajudar a gravar, publicar e monetizar produções de podcast de baixo orçamento. 40% dos novos podcasts usam o Anchor, tornando-o a plataforma ideal para criadores. Pense no Anchor como o “youtube” do podcasting, onde os do-it-yourselfers vão ter suas vozes ouvidas. Com o Anchor, o Spotify vê uma oportunidade de abrir sua plataforma para conteúdo autopublicado e cobrir um segmento diferente do mercado.

Essas três aquisições – e possivelmente mais adiante – fornecem ao Spotify um estúdio de conteúdo robusto que pode fornecer um conteúdo estável. Isso se soma aos mais de 250.000 podcasts já encontrados em sua plataforma, a maioria dos quais não são exclusivos do Spotify. Essa movimentação da plataforma envia uma mensagem clara: o Spotify leva a sério os podcasts e fornecerá uma experiência auditiva diferenciada.

Não bastasse isso, o Spotify continua inovando e dando cada vez mais destaque aos podcasts, recentemente com o lançamento de um conjunto de playlists de podcast com editorial e tudo mais, assim como já é feito com as músicas, bem como a nova funcionalidade do Spotify for Podcasters que ajudará os criadores a encontrar novos fãs para seus shows. Hoje, a empresa está introduzindo um conjunto de 17 playlists de podcast programadas, incluindo as principais playlists Crime Scenes, Brain Snacks e os melhores podcasts da semana, que serão atualizados regularmente.

O lançamento indica que o Spotify está abordando seus negócios de podcast da mesma forma que faz com músicas, em termos de recursos voltados para o consumidor.

O Spotify já havia transformado sua tecnologia de personalização em podcasts para fazer melhores sugestões sobre o que ouvir, como havia feito com recomendações personalizadas de música por meio de playlists personalizadas como o Discover Weekly. E isso permitiu que os usuários criassem suas próprias playlists de podcasts, como podem fazer com suas músicas favoritas.

O Spotify agora diz que irá introduzir mais ferramentas de back-end para os criadores de podcasts, visando ajudá-los a conquistar novos fãs, além da API que já está disponível dentro do portal Spotify for Podcasters. Hoje, isso inclui notificações de playlist que alertam os criadores sobre quando foram incluídos em uma playlist de podcast do Spotify. Um recurso semelhante do disponível para artistas de música.

As notificações permitirão que os criadores capitalizem rapidamente sua exposição nas playlists – postando nas mídias sociais sobre sua inclusão, por exemplo.

O lançamento das novas playlists chega em um momento em que a pandemia do COVID-19 afetou o streaming de podcast, com alguns relatórios mostrando uma queda nos ouvintes únicos e um declínio nos downloads de podcast, além de um declínio mais acentuado na receita de anúncios. Os usuários que agora trabalham em casa não estão mais sintonizando seus programas favoritos durante os deslocamentos ou enquanto andam pela cidade, o que significa que os podcasts agora precisam competir com o consumo de mídia doméstica – como a Netflix – e não apenas outras opções de áudio, como música.

Mas Spotify não está muito preocupado com isso, já que o consumo dos podcasts cresceu 200% em relação a 2019.

Aproveitando para indicar para vocês 2 podcasts de música eletrônica e se você souber de mais algum, por favor não hesite em compartilhar nos comentários!

#1 Assim Que Rola

O primeiro podcast de música eletrônica brasileiro disponível no Spotify, mas quem disse que a gente conseguiu executar direito? Quem sabe em 2020 a gente não corrige isso, o que acham? Enviem  sugestões para  o novo formato do podcast e não deixe de seguir a gente por lá!

#2 Depois do After

Esse já virou meu podcast favorito! Super bem executado, o podcast traz convidados para discutir temas atuais e trazer conteúdos diversos sobre a nossa cena da música eletrônica. Já passaram Cat Dealers, KVSH, Scorsi, essa que voz fala (inclusive é o episódio mais recente, onde falamos do marketing por trás de grandes artistas da cena comigo e a Mary FrassoCat Dealers, KVSH). Corre lá e adicione o podcast a sua playlist para ouvir depois!

#3 Você escolhe!

Manda pra gente a sua sugestão de podcast que merece aparecer por aqui!

P.S. Não esquece de me contar o que achou do nosso episódio no Depois do After!