Binaryh conta como foi a experiência de tocar no D-EDGE Festival

Eram quase 22h de sábado (14/04), quando 👽 e 💀 entraram no carro rumo a um dos maiores festivais que São Paulo iria abrigar no ano. Não era um festival qualquer. O D-EDGE Festival comemoraria os 8 anos de um dos clubs undergrounds brasileiros de maior prestígio em todo o mundo e 👽💀 não iriam como meros espectadores, mas como artistas apresentando seu LIVE pela 4ª vez em suas carreiras.

Eles não se falaram muito durante o percurso – o misto da ansiedade e a expectativa de fazer parte de um momento especial era o que causava o silêncio. Bastava um olhar, um sorriso e os dedos entrelaçados em meio ao banco do passageiro para saberem que estava tudo bem.

“Acho que chegamos!”, disse 👽 ao observar luzes vermelhas que piscavam em meio a mata, na mesma intensidade que seu coração batia ao perceber que o grande momento estava chegando.

Rapidamente 💀 saltou do carro e pegou os equipamentos do porta-malas. Eles não estavam atrasados, mas era assim que se traduzia a ansiedade de 💀, com inquietude e agitação. São 20 kg de equipamentos entre máquinas e cabos, divididos em duas mochilas para fazer o LIVE acontecer. 👽💀 dividem o carregamento e seguem em direção ao portão de entrada onde rapidamente são credenciados e começam a procurar pelo palco onde vão se apresentar. Pelo caminho diversas pessoas param para cumprimentar a dupla.

“Em qual palco vocês vão tocar?”, pergunta uma menina que não esconde sua admiração.

“Vamos tocar no RAWW x ROOM, diz 💀, “mas nosso horário mudou para às duas da manhã.”

“Ahhh ok! Vou avisar meus amigos e vamos estar no front pra ver vocês. Sou muito fã das suas músicas!”

Ambos agradecem e continuam a caminhada. Ao avistarem o RAWW x ROOM, a icônica casinha de madeira, rústica e intimista, 👽💀 já percebem a movimentação de Laurent e Propulse montando seus equipamentos enquanto Rodrigo Toigo colocava fogo na pista.

“Será que o Justino já chegou?”,  pergunta 👽.

“Acho que ele ia chegar um pouco mais tarde já que ele toca depois da gente. Vamos guardar os equipamentos e dar um rolê?”

👽💀 caminham pelo festival em busca do camarim e começam a encontrar rostos amigos por todo canto. Pelo que eles mesmos perceberam, a expectativa com o LIVE é geral e cada pessoa que encontram promete comparecer ao RAWW x ROOM no horário marcado.

Mochilas guardadas, hora de explorar o D-EDGE FESTIVAL. Próximo do camarim estavam os palcos Olga, D-Side e D-Rrete. Voltando em direção ao RAWW x ROOM, bem ao seu lado está o imponente D-EDGE Concept e bem ao fundo o palco All My God, que daria início aos seus trabalhos só na manhã seguinte.

A cada música tocada mais gente se acumulava em frente ao RAWW x ROOM e mais amigos chegavam – como Andre Salata, Vinicius Honorio, Tarter, os gêmeos do Lookalike, Amanda Chang. O sentimento destes artistas era único: alegria em poder ter todo o time reunido em uma data histórica como a daquela noite.

“Não vejo a hora de começar esse LIVE logo”, disse 👽, “minha mão está gelada de nervoso!”

“Falta pouco agora. Logo mais o Mezomo entra e começamos a montar tudo”, respondeu 💀 tentando acalmar a parceira.

Eles teriam que ser rápidos. O espaço da mesa era pouco para muitos equipamentos e assim que Laurent e Propulse terminassem sua apresentação eles teriam que retirar seus equipamentos pra 👽💀 poderem montar o setup com tranquilidade, afinal Mezomo faria um set de apenas uma hora e ele começou seu set com a pista já em delírio. Aquela era a hora! Puxa cabo daqui, posiciona equipamentos daqui… Tudo com muito cuidado pra não atrapalhar o amigo que preparava a pista magnificamente para a entrada da dupla.

Finalmente eram duas horas da manhã. Com uma longa salva de palmas da pista Mezomo encerra sua apresentação. 👽💀 já estão posicionados e como se tudo fizesse parte de um ritual único eles se beijam e 💀 aperta o play para o início do LIVE. Apenas kick e baixo começam a soar junto de uma suave voz feminina, depois de poucos compassos, 👽 solta os primeiros elementos de bateria e o LIVE vai criando forma, elemento por elemento.

Ao olhar para a pista 👽💀 enxergam tudo em câmera lenta. Identificam cada rosto amigo, cada pessoa que já encontraram em outras pistas. Celulares levantam incansavelmente tentando captar cada movimento que 👽💀 fazem para construir suas músicas pedacinho por pedacinho. Nem a chuva impediu que aquele momento mágico acontecesse e a música manteve todos na pista.

Quando o último beat encerra a apresentação, assovios e gritos dão lugar à música. 👽💀sentem a adrenalina baixar lentamente e quando olham à sua volta o RAWW x ROOM é só sorrisos. Eles nem sentem o frio da noite quando tudo se acalmou, pois receberam tantos abraços e mensagens afetuosos que nada mais importava.

“Foi lindo né, 💀?”

“Foi demais! Pensa que dentre tanta gente que estava tocando no mesmo momento que a gente, todas essas pessoas preferiram estar aqui com a gente, com chuva e tudo.”

“Eu vi várias pessoas cantando e dançando no mesmo ritmo das nossas músicas. Acho que já estamos cativando o pessoal!”

“Fato! E agora que nossa parte já foi feita, vamos pra pista e curtir o resto da noite?”, perguntou 💀.

“Sem dúvidas!”

E com um sorriso no rosto e a sensação de dever cumprido, 👽💀saem de mãos dadas pelo D-EDGE Festival para explorar novidades, encontrar outros amigos e comemorar uma noite tão especial.

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👽 e 💀são BINARYH, produtores paulistas que foram descobertos pela gravadora alemã Steyoyoke, sendo os primeiros brasileiros a lançar pelo seu braço Techno, o Steyoyoke Black. Suas músicas são cuidadosamente arquitetadas para compartilhar uma atmosfera crescente e constante, linhas de código sintéticas escritas com sentimento, como um toque de poesia em meio às sombras.